4.2.08

chamadas caras - MillenniumBCP - estudo de caso I

Ainda a marinar e sem chama, enquanto a Administração anda a cozinhar directivas ainda desconhecidas, o caso do banco Millennium BCP é um verdadeiro estudo de caso internacional, sob inúmeros pontos de vista e abalou verdadeiramente o sistema bancário português, deixando sem honra nem glória algumas figuras do sistema governativo e do sistema financeiro privado: o Primeiro-Ministro, o Governador do Banco de Portugal-entidade reguladora, o ministro das finanças-entidade capadora, o responsável pela CMVM-entidade aparadora de golpes, o fundador do banco, Engº Jardim Gonçalves e o Sr. Joe Berardo, Comendador e o principal despoletador deste cenário de terra queimada.

Sob o ponto de vista preliminar, refiro ainda aqui a hombridade do quixotesco Dr. Miguel Cadilhe, salva a intenção de fazer valer as teses dos pequenos accionistas, teve um papel idêntico ao da mosca na sopa: perante um tal cozinhado apurado e com cheiro no ar do melhor azeite produzido pelos accionistas de referência - qual atitude de azeiteiros dos sócios maioritários no processo mais recambolesco da vida financeira portuguesa-, acabou ele por se afogar na própria sopa...cozido!

Sendo apenas curiosos nestas questões económicas e financeiras, observadores atentos do que se passa neste Portugal encantado, andam-nos a comer as papas na cabeça e este povinho vai cantando e rindo, alegre e contente.

Porque é que o estudo de caso se chama "cahamadas caras"? Deve-se tão somente ao facto de todos se conhecerem neste país de encanto e todos se conhecerem entre os anões e estes à Branca de Neve: a um toque de chamada telefónica, tudo se prefilou para acudir ao ataque da bruxa má!

Comecemos pelo fim...

Joe Berardo - tido como o maior especulador bolsista, tem o perfil do verdadeiro incendiário e do toca e foge no sistema bolsista, chegando, ateando e valorizando/desvalorizando, para depois efectuar mais valias e consolidar posições entre a massa accionista. Quem lhe deu informação piveligiada para ouvir em primeira mão o longínquo toque de alarme, desconfia-se de quem foi mas sussurra-se à boca pequena; o que pretende verdadeiramente, raramente se percebe claramente, salvo quando foi afastado da possibilidade de vir a ocupar uma posição na assembleia de controlo do banco.

No fim de contas, a sabor agri-doce da vitória deve ter sabido mesmo a fel!

Engenheiro Jardim Gonçalves - Caíu e saiu sem honra nem glória, conspurcado pelas atitudes de proteccionismo e/ou nepotismo, falta de explicação sobre determinados factos apontados ao banco como menos éticos e após a sua fragilização com o seu sucessor. Poucos gostarão de perder; num banco e no sistema bancário, deverão gostar ainda menos de perder sequer a feijões...quem terá afinal perdido com isto tudo, terá sido o banco como instituição liderada pela sua figura. Diziam os antigos mestres destas coisas empresariais e económicas, quiçá até mestres de uma sabedoria de vida, que os líderes deveriam ser afastados depois de edificarem algo, pois ao fim de alguns anos, consolidada a posição, começam a destruir o que construíram.

A guerra interna terá começado(?) com as elevadas perdas de algumas operações nos mercados internacionais com Paulo Teixeira Pinto à cabeça, a qual terá sido pedida pelo Duce.

Porém, a grande lição é que quando as situações não são bem resolvidas e ficam mágoas e redondilhos por resolver, algo vai estalar nas mãos, bem entre os dedos e foi o que se viu: a vingança serve-se fria, não é assim?


Sem comentários:

Social BookmarkAdd to Google Reader or Homepage