30.7.07

Que transparência?

Ficou conhecida a opinião - versão oficial do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, sobre os profissionais das agências de comunicação, que devem ter um acesso ao Parlamento semelhante ao dos cidadãos.

Segundo o Exmº Senhor, "Há questões jurídicas que levam a não estender automaticamente aos funcionários destas empresas as condições de acesso permanente reservadas aos jornalistas parlamentares", declarou à Lusa, tendo ainda declarado que para as agências, "manter-se-á o acesso à Assembleia que existe para os cidadãos e para qualquer associação profissional, sindical ou empresarial".

Esta situação é gerada em Janeiro, quando Luís Paixão Martins, em nome da LPM, escreveu ao presidente da Assembleia, solicitando que fosse criado um sistema de acreditação parlamentar para os profissionais das agências, que permitisse "obterem uma informação mais fidedigna de todo o processo legislativo".

A YoungNetwork, algo tempo depois, também endereçou uma carta para que a Assembleia revisse os sistemas de acesso ao Parlamento e a Omnicom terá mostrado também semelhante interesse.

Na altura, o presidente da Assembleia assegurou que até ao final da sessão legislativa daria uma resposta aos pedidos das agências que permitiriam que passassem a ter um sistema de acesso semelhante ao dos jornalistas.

Luís Paixão Martins refere em texto escrito e no seu blog, que "a iniciativa teve o mérito de contribuir para colocar na agenda mediática o tema do lóbingue e das relações entre os legisladores e os grupos de influência".

Quando algo de qualitativamente transparente e diferente se esperava em relação à casa da Democracia Portuguesa no séc. XXI, eis que tudo volta ao obscurantismo da idade média com esta posição.

"Quem tem medo compra um cão", diz o povo com razão e se não se sabem defender das pressões políticas e de interesses às claras, é porque querem manter o sistema às escuras, "onde há fumo, há fogo", não?

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